Entre tintas sprays e protestos silenciosos, expressos nos muros das cidades, por diversas vezes o grafitti e a pichação são confundidos em seus conceitos. As diferenças estão presentes tanto em suas características estéticas como na forma de uso.

A rapidez na execução dos traços, a simplicidade dos símbolos usados, a adrenalina, a competição entre grupos rivais, que demarcam seus territórios, são características da pichação, que valoriza principalmente a escrita e é considerada vandalismo, um ato criminoso.

Já o grafitti, baseado nas artes plásticas, privilegia a imagem. É reconhecido como uma arte de rua e intervenção urbana, que traz uma mensagem ligada aos problemas sociais.

De acordo com o artigo 65 da Lei 9.605 de fevereiro de 1998, era considerado crime ‘’pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano’’. A punição para tais atos eh de três meses a um ano de detenção, além do pagamento de multas.

Tiago Tosh conta que já foi abordado pela polícia enquanto pintava. “Os policiais chegaram de moto, já chegaram assim: ‘mão na cabeça, vagabundo! Tá pichando aí!’. Eu olhei e disse: ‘a gente não tá pichando. Veio fazer o graffiti aqui. Não sou vagabundo, sou trabalhador, vendo minha arte’, mas até eu explicar...”, lamenta o artista.

Em maio de 2011, a Lei 12.408 acrescentou um novo paragrafo ao texto anterior e descriminalizou o ato de grafitar, além de dispor sobre a comercialização de tintas em embalagem de aerossol para menores de 18 anos. 

Para Alberto Costa, a diferenciação entre as duas praticas se dá através da autorização. “Pichar não traz nenhum benefício. Há dez anos tento tirar o nome de pichador, porque eu não sou. Eu sou grafiteiro”, desabafa.

Segundo a lei, pichar é marcar sem consentimento prévio do proprietário do estabelecimento, tornando-se um ato de vandalismo, desprovido de caráter estético, enquanto o graffiti é considerado como uma expressão artística urbana.